Você já se imaginou “fabricando” suas próprias roupas ou objetos em casa ao invés de ir até uma loja comprar? Essa mudança da lógica de consumo deve se concretizar nos próximos anos, conforme projeções da Singularity University, cujo cofundador e membro executivo é Peter Diamandis, autor do livro Organizações Exponenciais.
A grande aposta para tornar essa mudança possível é a popularização do uso de impressoras tridimensionais. Esse será o tema do nosso artigo de hoje e dará sequência às publicações da série sobre Forças Tecnológicas.
Basta buscar as palavras “impressão 3D” no Google e saltam milhares de páginas relatando utilizações inusitadas com dados de tempo de impressão cada vez menores, qualidade e perfeição cada vez maiores.
Como o objetivo do artigo é trazer de forma ampla aonde e o quê já pode ser impresso em 3 dimensões, esperamos te surpreender e te apresentar ao menos uma coisa que você ainda não sabia antes de ler esse texto.
Inicialmente, a impressão tridimensional garantiu redução de custo e tempo nos processos de prototipagem. Isso trinta anos atrás, mas hoje a ideia de impressão camada por camada vem expandindo suas aplicações em segmentos bem ecléticos.
Uma linha importante de uso vem sendo a produção de itens personalizados e projetados para cada indivíduo, como por exemplo aparelhos ortodônticos ou fones de ouvido que encaixam perfeitamente em seu dono.
A tecnologia de impressão 3D é capaz de produzir músculos, cartilagens e até ossos. Os tecidos impressos não são iguais aos originais mas têm características como resistência e flexibilidade que possibilitam o uso em cirurgias para reconstrução e garantem risco reduzido de rejeição.
Essas impressoras usam materiais biológicos e têm funcionamento similar às que usam plástico ou metais como matéria prima, por exemplo. Infelizmente ainda existe uma limitação devido à complexidade de impressão de estruturas com espessuras milimétricas, o que impossibilita a formação de vasos sanguíneos nos tecidos impressos, mas houve progresso referente a capacidade do material continuar “vivo” no organismo tempo depois de ser implantado.
Já se têm notícias a respeito de impressão e implante de partes de um cérebro e também de uma prótese impressa para substituir as costelas que foram removidas em razão de um tumor. O grande benefício nesse sentido é que as próteses são feitas sob medida para cada paciente, eliminando o risco de não adaptação.
Réplicas de órgãos humanos de pacientes a serem operados já podem ser impressas antes das cirurgias para que os médicos as avaliem anatomicamente, podendo ser mais precisas do que quando só tinham as informações de exames de tomografia ou ressonâncias.
A força aérea dos EUA está financiando estudos para a impressão de lentes de contato inteligentes.
Os avanços para os usos médicos são impressionantes. Os investimentos são altos e muitas vezes a aplicação é testada em animais e, mesmo funcionando, existe certa resistência em realizar testes em seres humanos. Muita coisa é projetada mas ainda está em fase de teste com barreira enormes a serem quebradas até que essa realidade toque as nossas vidas de fato.
O mesmo não pode ser dito a respeito das impressões na construção civil. Morar em uma casa ou apartamento impresso já é possível e acredite, mais barato e mais rápido do que uma construção tradicional.
Há relatos de casas construídas em 24 horas. O grande ganho nesse modelo é que resolve com rapidez a situação de pessoas que ficaram desabrigadas ou que residem em alguma área precária. O custo de cada casa está estimado em U$ 4 mil e tem desperdício de matéria prima próximo de zero.
O Museu do Futuro, em Dubai, é um prédio que foi impresso em 17 dias, com uma impressora da altura de dois andares e um único homem necessário para operá-la.
Na China, um prédio de 5 andares foi impresso pela empresa WinSun usando materiais recicláveis como sobras de outras obras e uma mistura de solo.
No final de 2019 na Ásia e na Europa poderão ser encontrados carros impressos circulando pelas ruas.
O LSEV fabricado pela startup chinesa Polymaker em parceria com a italiana XEV é pequeno, transporta até dois passageiros e tem motorização elétrica, e o seu processo de fabricação permitirá que o número de peças do veículo seja reduzido para 57 componentes, todos impressos. Uma redução bem significativa se compararmos com as 2 mil peças necessárias em uma produção automobilística tradicional.
Um ônibus autônomo e elétrico foi impresso por uma startup no Arizona chamada Local Motors. O comando de voz do veículo é através do IBM Watson e a ideia de uso é para corridas compartilhadas com até 12 passageiros. A mesma startup imprime também um carro, sua impressão leva 10 horas e mais uma hora é despendida para a montagem. O preço está estimado em U$ 5 mil.
Um motor de aeronave foi montado com peças impressas em 3D e graças a esse processo de produção o número de peças foi reduzido, diminuindo significativamente o peso final do motor.
Também já é possível reproduzir texturas similares ao couro, a aspereza de tijolos ou costura feita à mão usando uma impressora 2,5 D. Para imprimir em uma estrutura do tamanho de uma folha A4 demora menos de 5 minutos e custa U$ 10.
E comer algo impresso em 3 dimensões?
As impressoras de alimentos usam como matéria prima ingredientes frescos para as produções. Já existem pratos de doces e salgados sendo impressos e a Nasa anunciou ainda em 2014 a impressão de uma pizza em 3D.
Assista como funciona em: https://youtu.be/UWOVvSfSjCM
Na Foodini, máquina criada pela empresa Natural Machines, você pode selecionar uma receita pré-estabelecida, carregar os ingredientes na impressora e fazer a impressão de um ravióli, por exemplo. Até mesmo a decoração de um bolo pode ser impressa.
Grandes marcas também estão transformando algoritmos em artigos de moda impressos. Tecidos e até mesmo jóias estão sendo confeccionados usando essa tecnologia.
Instrumentos musicais já podem ser impressos e os músicos afirmam que a qualidade do som é similar aos instrumentos tradicionais. Brinquedos, utensílios e até mesmo pneus para bicicletas já existem por aí e foram produzidos desta forma inovadora.
Podemos concluir então que muito já está sendo feito com essa força tecnológica, mas ainda há muito a trilhar. De qualquer forma é algo que veio para ficar e transformar positivamente o jeito como vivemos. Desejamos que futuramente grandes problemas como a fome, ou a falta de órgãos para transplantes possa ser diminuída drasticamente em consequência da popularização da impressão 3D no mundo.
Usamos diversas fontes de pesquisa para conceber esse material e todas estão listadas abaixo se quiseres se aprofundar em alguma delas. Se souberes de algo interessante sobre o tema e que não está no texto acima, envie a notícia para a gente, será um prazer acrescentá-la ao nosso artigo.
Nosso próximo tema será Crowdfunding. Aguarde que em breve traremos muitas curiosidades sobre esse assunto.
Fontes:
Uso na moda, roupas e acessórios
Instrumentos musicais impressos
Lentes de contato inteligentes
ônibus impresso em 3D-concorrente-uber-ufa-quanta-coisa-nessa-url/