O impacto no ambiente de negócios gerado pelo novo Coronavírus é tão severo que, mesmo o ambiente interno das organizações que teoricamente pode-se controlar, está sendo afetado.
Nos países onde as incidências dos casos são mais graves, houve o congelamento da economia. Do dia para a noite, os mercados foram impactados, como se uma bomba explodisse no centro das atenções.
Impactou não somente aqueles atingidos diretamente pela contaminação mas também a sociedade como um todo, principalmente por seu efeito psicológico, gerando medo e causando o isolamento das pessoas. Nos últimos dias, a bolsa de valores chegou a paralisar as suas operações por diversas vezes, atingindo quedas históricas. Outros efeitos, como a disparada do dólar, queda no preço dos commodities e outros fatores que interferem na economia, provocam consequências na vida de todos nós.
Eventos esportivos, feiras, shows, palestras, encontros e até reuniões presenciais estão sendo evitadas, ou, até mesmo, canceladas, por conta do risco de contaminação. E as atitudes não são em vão, já que o COVID-19 é um vírus altamente transmissível. Estudos norte-americanos indicam que o potencial de contágio do vírus (casos iniciais) está entre 1,6 e 2,4 vezes maior do que o de uma gripe sazonal.
Na gestão empresarial, um dos maiores desafios (e fonte de descobertas e crescimento) são os riscos advindos do ambiente externo, sob os quais não temos conhecimento prévio, tais como: fatores políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, legais e muitos outros inesperados, como este que estamos vivendo agora. Sabemos também que é na crise que surgem grandes oportunidades, ou, no mínimo, efetivo aprendizado para aqueles que de alguma maneira aprendem a beneficiarem-se do caos.
Estamos na iminência de uma dessas crises. Pois bem, como não há outra saída que não o enfrentamento dessa dura realidade, o que podemos aprender juntos?
Ambiente: Em termos práticos e imediatos, devemos recorrer às práticas recomendadas pelos órgãos de saúde competentes, estando atentos às atitudes preventivas, tais como: a limpeza constante dos ambientes, dos banheiros, das corrimões, das fechaduras, das aberturas e outras superfícies de contato frequente, como: teclados de computador, mouse, celulares e aparelhos telefônicos nas estações de trabalho.
Disponibilizar álcool gel nos ambientes, torna-se imprescindível como ingrediente para desinfecção individual.
Reuniões e encontros de negócios: Uma nova etiqueta surgiu em meio ao avanço desta pandemia. Evitar apertos de mãos, abraços e beijos, como habitualmente estávamos acostumados, passa a ser uma orientação importante.
Além disso, utilize as ferramentas disponíveis para reuniões e conferências não presenciais. Skype, Hangout do Google, Weber, da Cisco, WhatsApp, dentre outros, são recursos facilitadores e que devemos explorar ainda mais. Não tenha restrições para enviar uma cartilha aos seus clientes e fornecedores com importantes orientações referentes aos hábitos preventivos sobre o Coronavírus. Estamos todos correndo riscos e, portanto, devemos nos proteger coletivamente.
Deslocamentos: Enquanto o trabalho fabril na indústria não for interrompido, já que esta medida pode ser orientada, é prudente solicitar às empresas de transporte para que mantenham as vidraças dos coletivos sempre abertas, a fim de ventilar o veículo. Além disso, disponibilizar álcool gel em todos os carros, orientando o uso no momento do embarque e do desembarque. Deve-se, também, orientar os funcionários para que, a qualquer sinal de mal-estar, ou febre, permaneçam em casa, comunicando o afastamento (e procurando assistência à saúde imediatamente) pelo telefone.
Home office: Diversas empresas ao redor do mundo já aderiram a essa prática. Se é uma experiência nova para você, aproveite as circunstâncias para testá-la. Estudos demonstram que a produtividade pode, inclusive, ser superior ao trabalho no escritório.
Do ponto de vista administrativo, no que tange o gerenciamento de crises, quando estamos no meio do furacão, o melhor a fazer é ser racional e objetivo, ou seja, devemos evoluir! É evidente que preparar-se previamente é o que recomendamos sempre, porém como o inesperado pode surgir, necessitamos encarar os desafios da melhor maneira possível – sem medo.
O conceito antifrágil, de Nassim Nicholas Taleb, nos ensina que o enfrentamento de eventos adversos, nos torna melhores. Não devemos, portanto, evitar, muito menos fugir dos acontecimentos caóticos. Afinal, a vida não está sob controle e as adversidades surgem quase sempre abruptamente, sem nenhuma possibilidade de previsibilidade. Por essa razão, por mais difícil que pareça, a melhor atitude é a de reagirmos com objetividade.
Alguns conselhos do pensamento antifrágil, importantes para este momento:
1. Adaptar a organização, considerando os riscos, e não “varrê-los” para debaixo do tapete;
2. Construir a competência em buscar os benefícios da incerteza;
3. Aceitar o estresse, ele torna as organizações mais aptas e flexíveis;
4. Eliminar os desperdícios que não geram valor, tais como: perdas, erros, problemas, falhas, retrabalhos, estoques desnecessários, baixo desempenho.
Desenvolver essas competências, estando preparados para as incertezas, exige que se tenha:
1. Consciência do contexto;
2. Senso de urgência;
3. Foco em metas e resultados;
4. Disposição para arrumar a casa (agir);
5. Organização na cadência das atividades;
6. Persistência em fazer dar certo;
7. Introdução à meritocracia.
Gostaríamos que esse fantasma chamado Coronavírus (COVID-19) fosse embora tão rápido quanto chegou, mas infelizmente, não é esse o cenário projetado. Neste momento a única certeza que temos é que após experimentarmos esse momento de caos sem precedentes, e passarmos por essa turbulência, seremos pessoas e empresas transformadas. Certamente nosso modo de pensar não será mais como já foi um dia. Esperamos estar mais fortes e saudáveis quando tudo isso passar.
Ajudamos organizações a tornarem-se antifrágeis, converse conosco sobre isso.
Equipe Otimiza