Environmental, Social and Governance. A sigla que está estampando as manchetes dos principais veículos e jornais brasileiros certamente tem um bom motivo para tanta popularidade.
A cultura ESG serve como um guia para que empresas de todos os portes e segmentos do mercado possam efetivar melhores práticas sociais, ambientais e de governança. Se antigamente a adoção desses hábitos era associada a menor lucratividade, hoje em dia as estatísticas provam exatamente o contrário. E cada vez mais responsabilidade, sustentabilidade e transparência sobre as ações das empresas vêm refletindo em maior prosperidade financeira e confiança para ela, especialmente dentro da sua cadeia de agregação de valor.
Pensando na importância desse tema tão atual, trouxemos este conteúdo, para você compreender como funciona a filosofia ESG na prática. Vamos lá?
Como tudo começou
ESG é um movimento global, representado pelas práticas sociais, ambientais e de governança dentro do ambiente corporativo.
Tudo começou em 2005, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou, em relatório nomeado “Who Cares Wins ”, que a incorporação desses fatores contribuía para a geração de mercados mais sustentáveis e resultados aproveitáveis por todos os setores da sociedade. A constatação foi feita após reunião de 20 instituições financeiras globais.
A partir de então, as estatísticas vêm apontando um cenário que a implementação dessas práticas é cada vez mais expressiva e, especialmente, buscada pelos mais jovens. Estudos apontam que 75% dos representantes da nova geração, os “millennials”, aceitam até receber menos desde que trabalhem em empresas com responsabilidade social.
Outro estudo, esse conduzido pela consultoria BCG , aponta que as instituições que adotam essas práticas têm observado dois impactos positivos em seus negócios: aumento no valor de mercado e maior lucratividade.
Vamos entender o conceito das siglas?
Conforme já vimos acima, a sigla ESG é formada por três fatores que, juntos, são capazes de mostrar o quanto uma instituição está comprometida na adoção de atitudes e ações mais sustentáveis em termos sociais, ambientais e de governança.
Vamos falar um pouco sobre cada um deles:
• E – Environmental | Ecoambiental
A letra E da sigla é uma referência às práticas de sustentabilidade ambiental e pode abranger temas como:
– Poluição da água e do ar;
– Consumo e/ou eficiência energética;
– Emissão de carbono, gases e aquecimento global;
– Biodiversidade;
– Gestão residual;
– Desmatamento.
• S – Social
O S da sigla se refere às atitudes da empresa em relação as pessoas que compõem o seu universo. São exemplos neste sentido:
– Privacidade e proteção de dados;
– Engajamento de equipes internas e externas;
– Satisfação do público e clientes;
– Diversidade e respeito;
– Respeito às normas trabalhistas e direitos humanos;
– Relação com a sociedade e comunidades envolvidas em seus processos.
• G – Governance | Governança
Por fim, a terceira letra da sigla diz respeito à gestão e operação da empresa, sendo exemplos:
– Estruturação de comitê para auditorias;
– Remuneração de executivos;
– Criação e manutenção de conselhos;
– Boas práticas corporativas;
– Boa relação com políticos e entidades governamentais;
– Criação e manutenção de um canal de denúncias.
Como a ESG pode impactar a rotina dos negócios
As novas gerações estão revolucionando o mercado de trabalho. Elas já não se importam somente com o cargo ou com uma remuneração mais alta, se importam também em conhecer o comprometimento da empresa com questões relacionadas à sustentabilidade.
A sociedade de alta exposição midiática também reforça a importância da adequação ao ESG. A razão é simples: vivemos em um cenário onde empresas com práticas antiéticas são denunciadas e expostas em questão de poucos cliques, o que pode gerar conflitos quase que imediatos, inclusive capazes de comprometer a sobrevivência das mesmas.
Dados da Global Sustainable Investment Alliance, compilados pelo Valor Investe, mostram ainda que os critérios da cultura ESG cada vez mais vêm sendo utilizados como base para a própria tomada de decisões. A própria Apple, por exemplo, fez o anúncio que busca neutralizar a emissão do carbono até 2030 após inclusão de práticas de ESG. Em seguida, demais gigantes do setor se comprometeram com a mesma atitude.
Há impacto dessas práticas do ponto de vista financeiro?
Com toda certeza.
Só para se ter uma noção, o primeiro semestre de 2020 registrou mais de R$ 10 bilhões de investimento do fundo Venture Capital em mais de 100 empresas nacionais. A modalidade de investimento, por sua vez, tem como foco empresas de até médio porte com altíssimo potencial para desenvolvimento. Isso significa que não são apenas as multinacionais que estão abrindo as portas (e os olhos) para as práticas de ESG.
No entanto, as gigantes brasileiras vêm dando o exemplo. Receberam aporte do fundo Venture, por exemplo, a Méliuz, fintech de cashback que recentemente se adequou às novas práticas, assim como o Nubank e a 99.
Todas as empresas que querem que seus negócios perdurem, devem se preocupar e praticar ações de ESG. Esta é uma longa jornada, com resultados a médio e longo prazo, no entanto, quanto mais tempo sua organização demorar para iniciar o percurso, maiores serão as chances de ficar nos últimos lugares, seja na atração dos bons talentos, na avaliação dos consumidores e no radar dos investidores.
Ao longo deste artigo, trouxemos diversos links para outros materiais, para que você possa expandir sua leitura sobre este assunto, e a tendência é que ele apareça de forma cada vez mais expressiva, pois é uma pauta fundamental no mundo corporativo.
Quer conversar mais sobre ESG e sua implementação na prática? Não hesite em entrar em contato com a gente.