É na vivência que a gestão cresce, tornando-se néctar para novos aprendizados e aplicações mais adequadas para as situações inusitadas. Se observarmos, a maior parte da literatura especializada no management, traz consigo narrativas reais a respeito das circunstâncias, êxitos e desafios enfrentados nos bastidores e também no palco empresarial. Um bom plano de gestão, a estratégia mais adequada, proporcionar maiores e melhores resultados, atrair e manter talentos, gerar fluxo estável e compatível com a estrutura fabril, profissionalização, sucessão, empowerment, turnover, agregação de valor, benchmark, etc. E, com o coração apertado, sempre pela indagação de como equacionar questões relativas à natureza de um negócio, que o gestor desafia-se.
É com tudo isso que um gestor bebe o seu café da manhã. Gestão não se faz na teoria, mas não se vive sem ela no dia a dia. A medida de uma equação pode ser o resultado para outra, pois a gestão não é matemática. Faz parte das ciências humanas e, portanto, pode-se contar com algum tipo de protocolo, mas é somente no enfrentamento das complexidades encontradas pelo caminho que vamos, de forma disciplinada, escalando os desafios.
É nesse cenário dinamicamente imprevisível que surge o espírito humano em sua capacidade inigualável de adaptação e resiliência. Enfrentar situações, muitas vezes inéditas, possibilita que a experiência adquirida se torne uma bússola. É desta forma que os casos concretos, ilustrados da literatura empresarial, nos ajudam a compreender os cenários vividos. Não há uma fórmula mágica ou um manual infalível que possa prever todas as variáveis de um negócio. Em vez disso, é a habilidade de interpretar o contexto e aplicar conhecimentos de forma flexível que diferencia os gestores dos homens comuns.
Por exemplo, a questão do empowerment dos funcionários vai além de simplesmente delegar tarefas. Trata-se de criar um ambiente de confiança onde os colaboradores se percebam valorizados e motivados a contribuir com as suas ideias e talentos. Isso não apenas melhora a moral da equipe, mas também impulsiona a inovação e a eficiência operacional.
Outro aspecto vital é a sucessão. Planejar e preparar a próxima geração de líderes é essencial para a sustentabilidade a longo prazo da organização. Isso requer uma visão clara do futuro da empresa, bem como um entendimento profundo das habilidades e competências necessárias para conduzi-la a novos patamares.
A profissionalização dos processos e a implementação de benchmarks são estratégias que ajudam a manter a empresa competitiva e alinhada com as melhores práticas. No entanto, esses conceitos precisam ser adaptados à cultura e às especificidades de cada organização, o que reforça a ideia de que a gestão é uma ciência humana, não exata.
Turnover, por sua vez, é um desafio constante. Manter talentos exige não apenas remuneração adequada, mas também um ambiente de trabalho que promova crescimento pessoal e profissional. O equilíbrio entre a retenção e a introdução de novas perspectivas é tema delicado, mas essencial para a evolução da empresa e de sua equipe.
E o que dizer da agregação de valor? Em um mundo onde os consumidores estão cada vez mais informados e exigentes, oferecer produtos e serviços que realmente façam a diferença se torna um diferencial competitivo. Isso exige um entendimento profundo do mercado e uma capacidade constante de inovar e interpretar cenários.
Esses desafios, entre tantos outros, compõem o cotidiano de um gestor. É uma atividade que demanda pensamento estratégico, habilidades interpessoais, conhecimento técnico e, acima de tudo, uma capacidade inabalável de aprender e se adaptar. Afinal, como bem dito, gestão não se faz na teoria, mas não se vive sem ela no dia a dia.
No final das contas, é essa mistura de conhecimento teórico e aplicação prática que transforma a gestão em uma disciplina tão fascinante e vital para o sucesso das organizações. Ao equilibrar as demandas do presente com a preparação para o futuro, os gestores não apenas resolvem problemas, mas também criam oportunidades, pavimentando o caminho para o crescimento sustentável e duradouro.
Isto tudo, me faz lembrar do meu avô, que sentado em sua cadeira de balanço, olhando para o entardecer no campo, dizia: “a vida é como cuidar da terra. Você precisa conhecer o solo, entender o clima, escolher as sementes certas e cuidar delas com paciência. Algumas vezes a colheita será abundante, outras menos. Mas sempre há algo a aprender e melhorar. Sempre!”
Cada decisão é uma semente plantada, cada desafio é uma condição climática a ser enfrentada. E, com o tempo, aprendemos sabiamente em nunca parar de aprender e se adaptar.
Com essa perspectiva, vemos que a gestão é mais do que uma série de técnicas e estratégias. É uma jornada contínua de aprendizado e crescimento. E, assim, bebemos no café da manhã, mais um dia de desafios e conquistas, guiados pela experiência de “ir lá e fazer”.