E se o passado deixasse de interferir em nossas decisões no presente? O quanto de passado existe em suas interpretações atuais e que lhes levam a agir?
Pensar e agir, muitas vezes, é um processo inconsciente, e essa inconsciência gera inércia no ambiente de negócios e na vida. É imprescindível reconhecer que as atitudes e estratégias que permitiram sucesso no passado podem não ser adequadas para o futuro – ou mesmo para o momento presente. Observe ao seu redor: tudo o que está estabelecido e materializado, até suas rotinas e hábitos, são frutos do passado. As decisões que você tomou ontem estão moldando o seu momento atual.
A manutenção de processos e estratégias que, embora tenham sido eficazes no passado, podem não estar mais alinhadas com as necessidades e condições atuais. Não são raros os casos de marcas, produtos e/ou negócios que desapareceram do dia para a noite, exatamente por essas razões.
Muitas empresas tradicionais enfrentam desafios significativos ao tentar se adaptar e inovar, frequentemente encontrando obstáculos que parecem intransponíveis no mercado. No entanto, o verdadeiro problema não está nos obstáculos externos, mas exatamente nos processos internos de tomada de decisão para a inovação a que essas empresas estão submetidas.
Empresas que cultivam uma mentalidade de crescimento e encorajam o pensamento criativo estão mais bem posicionadas para identificar e capitalizar novas oportunidades de mercado. Mas para atingir esta performance é necessária a mudança de mentalidade de seus líderes e colaboradores. Promover uma cultura de inovação é o primeiro passo para a superação da inércia, adaptando-se às novas realidades do mercado.
Observe uma startup: seus líderes geralmente adotam uma abordagem flexível e orientada para o aprendizado contínuo. Ao contrário de estruturas rígidas e hierárquicas, que frequentemente evitam incertezas, as startups prosperam em ambientes de ambiguidade justamente porque abraçam o risco e a experimentação. Essa aversão à incerteza pode ser um erro grave em tempos de mudanças rápidas e imprevisíveis, onde a capacidade de adaptação e inovação são vitais. Empresas tradicionais que se mantém presas a métodos comprovados, mas antiquados, podem se encontrar em desvantagem, enquanto aquelas que se arriscam a experimentar novas abordagens têm maior chance de identificar e capitalizar oportunidades emergentes.
“A verdadeira dificuldade não está em aceitar ideias novas, mas em escapar das antigas.” Essa frase do economista John Maynard Keynes (1883-1946), ressoa fortemente no contexto atual, onde a verdadeira barreira para a inovação não é a falta de ideias, mas a resistência em abandonar práticas e paradigmas que, embora tenham funcionado no passado, já não são eficazes. Keynes nos lembra que, para uma empresa prosperar em um mundo em constante mudança, não basta incorporar novas estratégias ou tecnologias, mas devemos questionar e reavaliar continuamente os métodos antigos.
Portanto, empresas tradicionais precisam fazer mais do que simplesmente adotar inovações superficiais. Elas devem estar dispostas a desafiar as próprias normas, permitindo que novas ideias substituam as práticas que já não servem ao propósito de crescimento e adaptação.