Diante do predomínio da instabilidade política e econômica no Brasil, a qual reflete no aumento da rivalidade entre empresas que já competem entre si e na ascensão de pequenos concorrentes e de novos entrantes buscando maiores participações de mercado, é indispensável uma análise aprofundada nos fatores que remetem ao sucesso ou ao fracasso das empresas. Para tal, faz-se necessário uma transformação nos seus modelos de negócios.

Um modelo de negócios avalia a estrutura de gestão e segmentação de mercado, com análise crítica sobre a visão, a missão, os valores, as vantagens competitivas, os cenários, a análise ambiental e a própria definição do negócio. A construção da análise é baseada em técnicas como Matriz Ansoff, Modelo Porter,Matriz SWOT, GUT e Canvas, a fim de definir os pressupostos para a organização competir no mercado em que atua, em outras palavras, esclarecer a missão (razão de ser), os valores (bússola que orienta as ações) e a visão (aspirações quanto aos resultados) de futuro da empresa.

Entende-se por visão, segundo Lobato (2012), a explicação do que se idealiza, ou seja, expressa uma perspectiva de futuro, um cenário desejado para que uma organização seja reconhecida. A visão de uma empresa precisa ser desafiadora para proporcionar vantagem competitiva, precisa apresentar um horizonte a ser almejado a longo prazo e precisa indicar uma diretriz. Quanto à missão, é a razão de existência da organização no momento presente, a qual deve justificar os seus lucros do ponto de vista dos acionistas e da sociedade, para que a definição seja abrangente, caracterizando o seu diferencial perante os seus concorrentes, a sua identidade (cliente-alvo e core business) e a sua contribuição para com a sociedade, sem perder a essência da empresa. Já os valores organizacionais, são princípios essenciais para os componentes da empresa. Estes, são definidos como crenças básicas para a tomada de decisões e podem ser entendidos como ideais a serem seguidos, sendo que os líderes são os principais patrocinadores das práticas, transformando comportamentos e atitudes específicas para que haja lealdade aos valores.

É importante salientar que disseminar e praticar valores na empresa é essencial para dar sustentabilidade ao modelo de gestão. Para isso acontecer, é necessário que os valores escritos estejam claramente definidos, com abordagem apropriada e alinhados com a visão e a missão. E ainda, a manutenção dos valores da empresa deve ser um hábito dinâmico, pois indivíduos entram e saem das organizações, e consigo carregam seus valores individuais.

A definição de negócio, ainda de acordo com Lobato (2012), é um aspecto fundamental para que a empresa alcance sucesso. Esta, focaliza em entender quais são as necessidades dos clientes e quais são os benefícios que eles buscam para atender às suas necessidades e desejos. Para uma definição de negócio mais plena, que indique a vocação da empresa, é essencial considerar alguns critérios básicos como a posição (liderança a atingir), o ciclo de vida e o “Core Business”.

Evitar os enfoques tradicionais e transformar um modelo de negócios caracterizado pelo dinamismo atual é estrategicamente desafiador. Mudar os direcionadores almejando melhores resultados, é mudar a cultura organizacional, sendo decisivo para a sustentabilidade e a perpetuação, precisando renovar-se após atingir determinado nível de maturidade empresarial.

A próxima etapa é o estabelecimento de um plano de ação. Este por sua vez, precisa promover uma conexão fidedigna entre a estratégia empresarial estabelecida e a execução das atividades em nível operacional. Para isso, a sincronia e a eficiência dos processos são fatores críticos a serem alcançados e melhorados continuamente. A construção de um plano deve ser estruturada de modo a proporcionar robustez ao modelo adotado e desafiar a organização a ter um posicionamento estratégico mais abrangente e visionário. Mas atenção, é impossível implementar uma estratégia visionária que esteja sem vínculo à excelentes processos operacionais e de governança, como destacam os autores Kaplan e Norton, em seu livro “A Execução Premium”.

As organizações devem preparar-se para um futuro promissor, galgando caminhos ainda não percorridos, revelando a oportunidade de atrair grandes investidores e parceiros. Neste contexto, é necessário desenvolver suas forças propulsoras e remover as forças restritivas, agindo fortemente em seus fatores críticos de sucesso, sem atenuar os seus diferenciais competitivos identificados no novo modelo concebido.

Tais iniciativas exigem um planejamento estratégico consistente e uma execução devidamente assistida. A concepção eficaz de um plano de negócios para a corporação disponibiliza para a empresa uma análise autêntica da situação atual para que possa auxiliar na tomada de decisões em momentos de vulnerabilidade.

A Otimiza Consultoria conta com uma equipe qualificada para despertar a alta gestão das empresas a renovar e impulsionar os seus negócios, de modo a atingir a sua visão sob uma ótica diferenciada e desafiadora para almejar um modelo de negócio transformador, com a finalidade de alcançar maiores resultados tanto econômicos quanto de desenvolvimento organizacional.

Artigo escrito por Edson Graiczyk, consultor da Otimiza Consultoria que atua em projetos relacionados aos seguintes temas: gerenciamento de processos de negócio, planejamento e controle de produção, “lean enterprise”, engenharia de produto e processos, gestão e controle da qualidade, logística e manutenção industrial.

 

Referências Bibliográficas

KAPLAN, Robert S. & NORTON, David P. A Execução Premium: a obtenção de vantagem competitiva através do vínculo da estratégia com as operações do negócio. Rio de Janeiro: Campus, 2008.

LOBATO, David Menezes et al. Gestão Estratégica – Série Gestão Empresarial. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. 204 p