Vai lá e faz, de Tiago Mattos, é um livro excelente para aquelas pessoas que têm ideias empreendedoras e que precisam de um empurrãozinho para colocá-las em prática.
Em vários momentos durante a leitura somos imbuídos a refletir, e com base em diversas teses, pesquisas, e teorias publicadas por renomados autores, somos impelidos a agir.
Logo no começo, Tiago aborda a respeito da evolução da consciência humana, citando fatos que há bem pouco tempo eram aceitáveis, mas que hoje são crimes inadmissíveis, ressaltando “a naturalidade de hoje é o absurdo de amanhã”.
Ao longo desta transformação pela qual a humanidade passou, e ainda vem passando, é cada vez mais comum que as pessoas questionem o ambiente em que vivem e queiram solucionar seus problemas cotidianos, não aceitando mais as mesmas respostas de sempre, criando empresas para resolver dificuldades que impactam um bairro, uma cidade, um país ou o mundo inteiro.
Tornou-se natural ser questionador, e a razão para isso é que estamos nos transformando em empreendedores.
Mas há diferença entre ter boas ideias e agir de fato, transformando esse insight em negócio.
De acordo com uma pesquisa citada no livro, existem evidências que diferenciam “quem é realmente um empreendedor e quem só tem a gaveta cheia de ideias no papel”. Há alguns pontos em comum quando analisamos a trajetória de vida de quem é empreendedor, como por exemplo, a sensação de apoio e segurança recebida dos pais e familiares, e também, a exposição a vivências e experiências diversas, que exigem adaptação às mudanças.
Como mencionado anteriormente, o livro traz uma miscelânea de conceitos e temas difundidos por outros autores, como abundância e escassez, antifragilidade, vulnerabilidade, entre outros, que dão suporte ao objetivo de Tiago Mattos de incentivar as pessoas a colocarem a mão na massa e fazer as coisas acontecerem.
Durante a leitura, passeamos pelo passado, revendo acontecimentos do contexto histórico, refletimos sobre o presente, analisando fatos que vivenciamos no agora, e baseados em pensamentos de futuristas renomados, vislumbramos um futuro muito promissor, e do qual faremos parte como protagonistas.
O autor aduz que em um futuro próximo não haverá mais empresas, pois as pessoas serão autônomas e poderão ter diversos trabalhos/empregos, de acordo com seus interesses.
O estudo será mais fluído, não haverá profissões, apenas atividades. As empresas darão lugar a grupos de trabalho, as lideranças serão circunstanciais e rotativas, e os envolvidos serão sócios.
Viveremos em clima de colaboração e não de concorrência. Teremos mais oportunidade de ir e vir, em um sistema horizontal, no qual teremos postura de dono. Todos seremos empreendedores, com o dever de transformar as empresas em modelos distribuídos.
De modo geral, o livro é recheado de dicas, além de um passo a passo de como construir uma empresa que tenha um propósito de alto impacto e que não dependa do idealizador.
No final, o autor confessa que cada negócio tem um contexto diferente, e que tudo que ele compartilha no livro são passos que deram certo para ele e que têm grandes chances de darem certo para você também.