Concept of creating ideas and achievement symbol of aspiration success as two hands holding a group of connected gears shaped as a human head and an open lightbulb as an icon of imagination and innovation.

Com a globalização dos negócios, as multinacionais passaram a oferecer seus produtos ao mundo todo e, sendo assim, a frase “Think global act local” (“Pense global aja local”) do ex-presidente da Asea Brown Boveri, Percy Barnevik, exemplifica bem esse movimento. Entretanto, esse modelo não foi suficiente para suprir as necessidades dos países emergentes. Nesse sentido, surgiu a inovação reversa.

As grandes multinacionais criam seus produtos na matriz e, o mesmo modelo desse item, é vendido ao redor do mundo. A diferença econômica entre os países desenvolvidos e os menos desenvolvidos faz com que essas inovações cheguem às nações subdesenvolvidas com preços elevados, limitando o acesso a esses itens.

A inovação reversa surgiu como uma opção a esse modelo de inovação pensado de cima para baixo. Com ela, é possível encontrar soluções que atendam aos mercados emergentes, mas que também possam ser usados pelas grandes potências mundiais.

O que é a inovação reversa?

A inovação reversa é um conceito bem simples. Se no modelo tradicional as inovações são impostas a partir dos produtos pensados para os países ricos, a inovação reversa é exatamente ao contrário.

Nesse novo modelo, as inovações são pensadas localmente. As subsidiárias das multinacionais passam a contribuir de forma ativa na elaboração de novos produtos, pensando nas necessidades dos consumidores mais próximos. Sendo assim, a ideia é a de que as inovações cheguem primeiro aos países em desenvolvimento e depois passem para o mercado das nações mais ricas.

A inovação reversa, além de criar produtos mais acessíveis a vários perfis de consumidores, também aumenta a importância das subsidiárias em países subdesenvolvidos, assim como, desse mercado consumidor menos explorado.

Como surgiu a inovação reversa?

De acordo com o professor da Tuck School of Business da Dartmouth College e estudioso do assunto, Vijay Govindarajan, a inovação reversa surgiu a partir do aumento da importância dos mercados emergentes.

Geralmente, as multinacionais criam seus produtos pensando no seu próprio mercado. Assim, é comum que os lançamentos sejam divididos em:

— Produtos top de linha: voltados para os consumidores com uma melhor condição financeira.

— Produtos mais simples: com uma configuração parecida, mas um pouco inferior aos produtos top de linha e voltados para as demais classes sociais.

Sendo assim, quando esses produtos (top de linha e mais simples) chegam para venda nos mercados emergentes, eles são negociados a altos valores. Por isso, não costumam ser bem aceitos pela maioria dos consumidores, já que eles não têm condições de comprar esses produtos. Nesse sentido, os consumidores começam a procurar por produtos substitutos. São aquelas mercadorias que atendem as suas necessidades, mas que são vendidas a preços mais razoáveis e compatíveis com a realidade do país emergente. É nesse cenário que a inovação reversa ganha relevância.

Características dos produtos da inovação reversa

Os produtos originados a partir da inovação reversa possuem características que os diferenciam daqueles produzidos a partir dos países mais ricos. Por exemplo, as mercadorias criadas em processos de inovação reversas chegam ao público com valores de vendas mais baixos do que aqueles aplicados aos produtos feitos pela matriz.

Além disso, são construídos a partir de técnicas de fabricação e materiais com um custo de produção mais baixo. Não podemos esquecer que, esses novos produtos se adéquam aos desafios de infraestrutura dos locais para onde foram pensados, por exemplo, dificuldade de acesso a uma fonte de energia constante ou, até mesmo, necessidade maior de locomoção.

Design Thinking, a abordagem certa para a inovação reversa

O Design Thinking é uma abordagem utilizada pelo setor de criação, cujo foco principal não está no produto, mas sim, na solução de um problema. Ela funciona por meio de uma base colaborativa e é construída a partir da coletividade, sempre considerando as necessidades das pessoas. Dessa forma, essa abordagem não leva em consideração apenas o consumidor final, mas todos os indivíduos que estão envolvidos no processo de criação, produção e venda desse novo produto. A ideia é trabalhar com o máximo de empatia para encontrar a melhor solução.

O processo de Design Thinking começa fazendo um mapeamento das experiências de cada indivíduo e combina-o com a visão de mundo desse grupo. Sendo assim, é possível conseguir uma visualização mais ampla do problema e, consequentemente, da solução. Com isso, facilita-se a identificação dos desafios a serem ultrapassados, além de apontar a melhor forma de vencê-los.

GE a inovação reversa que deu certo

A GE (General Electric), multinacional que existe há mais de 120 anos, precisou passar por diversas mudanças para se manter atual e relevante no mercado. Considerada uma das empresas mais inovadoras do planeta, com subsidiárias criando equipamentos para diversos setores, com braços que chegam a quase todos os locais do globo.

Percebendo a crescente importância dos consumidores dos países em desenvolvimento e a falta de produtos que atendessem as suas necessidades, a GE passou a investir na inovação reversa. Um dos resultados que a empresa conseguiu com a inovação reversa foi um equipamento de eletrocardiograma acessível às comunidades mais isoladas.

Uma máquina de eletrocardiograma tradicional custava cerca de US$10.000,00 e pesava 130 quilos. Dessa forma, nos países subdesenvolvidos, esse equipamento só podia ser encontrado em grandes centros urbanos. Como por exemplo na Índia, onde grande parte da população vive em comunidades rurais de difícil acesso, ocasionando grande dificuldade ao país para diagnosticar problemas cardíacos na sua população, impossibilitando o atendimento adequado às pessoas.

Pensando em solucionar o problema de diagnóstico da população indiana, a GE criou um equipamento portátil de eletrocardiograma. Ele pesa cerca de 300g, funciona a bateria e custa US$500,00. Ele revolucionou o diagnóstico de doenças cardíacas na Índia, já que, agora, a máquina de exames pode chegar a maior parte da população. Além disso, o novo ECG conquistou o mercado dos países ricos, se tornando um equipamento obrigatório nas ambulâncias e fazendo parte do maquinário de consultórios especializados em cardiologia.

Nem sempre o caminho tradicional é o melhor ou o único caminho.

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Fontes:

https://www.infoescola.com/administracao_/inovacao-reversa/

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT108949-16366,00.html

https://www.linkedin.com/pulse/inova%C3%A7%C3%A3o-reversa-como-grandes-empresas-est%C3%A3o-inovando-ricardo-abreu/?originalSubdomain=pt