O conceito de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) na educação surgiu nos Estados Unidos, na década de 1990, e tem ganhado força nas organizações, mesmo que o conceito ainda não esteja bem difundido, principalmente nas áreas de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO). 

O desenvolvimento das competências STEM, tornou-se essencial, não apenas na educação, mas também como direcionamento estratégico para o desenvolvimento econômico e empresarial. Para gestores e líderes, compreender essa tendência é fundamental, uma vez que a competitividade das organizações dependerá cada vez mais da integração desses fundamentos em seus modelos de negócio. 

Fatores como capacidade analítica, pensamento crítico para a resolução de problemas, domínios de métodos científicos, competências tecnológicas, habilidades de engenharia, matemática aplicada e a valorização da colaboração e do trabalho em equipe são atributos fundamentais nos modelos organizacionais que estão surgindo e se transformando diante das novas fronteiras tecnológicas e digitais. 

Sabemos que o Brasil, embora tenha avançado, ainda carece de uma base educacional sólida. Outros países como o Canadá, Coreia do Sul, Finlândia e Singapura investem intensamente na formação de talentos nas áreas STEM, criando uma força de trabalho capacitada para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais tecnológico. Por aqui, esta falta tem impactado diversos setores da economia, como o agronegócio, a tecnologia da informação e a indústria. Não fizemos o “tema de casa”, no sentido educacional, como deveríamos e agora a necessidade está batendo em nossa porta.

Temos observado um descompasso crescente entre a demanda por profissionais capacitados e a disponibilidade de talentos qualificados para atender às exigências decorrentes da transformação digital e tecnológica nas organizações. Esse gap não somente compromete a competitividade das empresas, mas também ameaça sua capacidade de adaptação e inovação, que são aspectos essenciais para a sobrevivência no mercado global cada vez mais dinâmico e tecnológico. Nesse contexto, o perfil de profissionais com competências STEM surge como um diferencial estratégico mais valorizado.

Há uma tendência crescente para modelos de negócios que priorizam habilidades e competências STEM, tais como:

  • Transformação digital: empresas que estão digitalizando processos e adotando novas tecnologias para aumentar eficiência e competitividade.
  • Produtos e serviços baseados em tecnologia: soluções que utilizam avanços tecnológicos como componente central de sua proposta de valor.
  • Automação e robótica: indústrias que utilizam automação em larga escala para melhorar a produtividade, como manufatura avançada e logística inteligente.
  • Saúde e biotecnologia: setores que estão avançando em diagnósticos, tratamentos e inovação biomédica, transformando a experiência na área da saúde.
  • Startups de base tecnológica: negócios inovadores que exploram tecnologias disruptivas, como fintechs, healthtechs e edtechs, moldando o futuro dos mercados.

Estamos inseridos em um cenário mais dinâmico e tecnológico. Embora o foco nas competências STEM seja indiscutível, é igualmente importante reconhecer que a inovação e os aspectos mais humanistas não podem ficar de lado. Ambientes que priorizam exclusivamente o desenvolvimento técnico e matemático tendem a enfraquecer as relações humanas no ambiente corporativo. Isso pode resultar em uma atmosfera de trabalho excessivamente mecanizada, onde as interações entre os indivíduos se tornam frias e distantes, prejudicando a colaboração, o engajamento e o bem-estar organizacional. 

David Ogilvy, um dos publicitários mais influentes do século XX, acreditava firmemente na importância de um ambiente de trabalho feliz e motivador. Ele enfatizava que a criatividade é fundamental e que um ambiente onde os funcionários se sentem felizes e valorizados é propício para a inovação. Ogilvy dizia que “não há nada tão contagioso quanto o entusiasmo”, destacando como um clima positivo pode inspirar a equipe. O diferencial brasileiro pode residir na capacidade de, simultaneamente, adotar novas tecnologias e metodologias, preservando o espírito colaborativo e inovador que impulsiona soluções criativas e fora da caixa.

Vamos juntos moldar organizações que não apenas dominam a tecnologia, mas também são capazes de nutrir ambientes de trabalho empáticos, inovadores e colaborativos. Isso, não apenas fortalece a competitividade das empresas, mas também promove a sustentabilidade do negócio no longo prazo, pois as relações humanas e a inovação andam de mãos dadas.

Neste “Olhar para o Futuro”, propomos incluir:

  • encontrar o equilíbrio certo entre competências STEM e habilidades humanas.
  • educação corporativa híbrida: treinamentos que combinem habilidades técnicas e soft skills.
  • diversidade de talentos: formação de equipes que unam cientistas de dados, designers, filósofos e especialistas em comunicação, promovendo soluções mais completas e inovadoras.
  • desempenhar um papel ativo na formação de profissionais STEM, apoiando iniciativas educacionais e contribuindo para a redução de desigualdades.

Sua empresa está pronta para o futuro STEM? O momento de agir é agora. A transformação começa com uma visão clara, um plano estratégico e um time preparado para transformar tecnologia em impacto.