É indiscutível a importância do processo de decisão nas organizações. Decisões equivocadas levam a consequências indesejáveis, minando recursos e oportunidades. Decisões lentas ou carregadas por insegurança de toda ordem frequentemente resultam em conflitos e perdas irreparáveis.

Em contrapartida, decisões assertivas abrem o caminho para o crescimento. Não é exagero afirmar que toda forma de sucesso organizacional está diretamente ligada à capacidade de tomar decisões corretas no momento certo. 

Estamos constantemente fazendo escolhas, seja no trânsito a caminho de casa, ao planejar nossas férias, na escolha do traje mais adequado para o ambiente de trabalho ou para um evento social. E até nas decisões de carreira, levando muitos jovens a escolher cursos universitários equivocados, afetando suas trajetórias. No contexto corporativo, essas escolhas têm um impacto ainda mais significativo, afetando não apenas a trajetória individual, mas também os rumos das organizações e as vidas de outras pessoas. 

Ninguém, em sã consciência, tomaria decisões sem refletir sobre suas consequências. E quando isto ocorre, podemos chamar de negligência. Entender como as redes neurais processam informações para tomada de decisão é um mistério que ainda precisa ser desvendado, inclusive nos sistemas artificiais, como os modelos de inteligência artificial (IA). Estudos nesse campo estão sendo realizados por meio da interpretabilidade mecanicista, ou mech interp, que busca compreender como as informações são processadas. 

Diante de tal enigma, como podemos entender e, mais do que isso, como confiar no processo de decisão, seja em nós mesmos ou em máquinas? Muito provavelmente, a resposta não esteja em um lugar só. Por mais paradoxal que possa ser, para nós, humanos, essa resposta exige uma reflexão profunda e uma boa dose de abstração, relacionando aspectos técnicos, filosóficos e até poéticos, por assim dizer. A resposta para este intrigante tema pode estar na ideia de que somente a presença desperta liberta. 

Entre os fatores que nos levam a este estado de presença, está na capacidade analítica do gerente, que usa habilmente análises de mercado para decidir sobre a expansão de um produto. Ainda na inteligência emocional do líder que, diante de uma crise iminente, mantém a calma e consegue motivar a sua equipe a seguir em frente com confiança (leia mais sobre este assunto aqui). A capacidade de analisar riscos financeiros e o retorno potencial ao avaliar uma inovação são essenciais.

Além disso, o pensamento crítico é fundamental, como o de um analista financeiro que examina minuciosamente relatórios contábeis antes de decidir sobre investimentos. A importância da visão estratégica do diretor de marketing que, ao escolher uma campanha publicitária não apenas considera os resultados imediatos, mas também impactos na imagem da marca. Um exemplo notório é a recente campanha publicitária da Jaguar, que logo após apresentar seu novo posicionamento e identidade, gerou haters em todo o setor automotivo.

Outro aspecto relevante é a flexibilidade para ajustar-se às mudanças de contexto, como, por exemplo, a adequação da estratégia de vendas após perceber que o comportamento do consumidor mudou. Ainda, a capacidade de comunicar com eficácia decisões estratégicas da empresa, de maneira clara às partes interessadas, gerando comprometimento e confiança.

Também, o domínio na resolução de conflitos quando, por exemplo, um gerente resolve uma disputa entre equipes, restabelecendo a harmonia. Tomar decisões fundamentadas em valores, afastando-se de condutas não éticas, mesmo que isto represente perdas de lucro. Além disso, o equilíbrio e a resiliência em ambientes de incerteza, mantendo firmemente a crença no potencial de longo prazo da empresa, são chaves para a tomada de decisões consistentes.

Em qualquer uma dessas situações, o estado de presença, como sugere este conteúdo, favorece a clareza mental e emocional, permitindo que líderes e tomadores de decisão percebam com mais precisão as nuances de uma situação, decidindo de maneira mais assertiva sobre o destino das organizações. 

A reflexão preditiva, que considera os caminhos e opções disponíveis, analisando os possíveis resultados antes de agir, aliada à capacidade de compreender a complexidade das interações humanas, suas consequências, desafios e impactos, seja de maneira racional ou emocional é, talvez, a principal habilidade que desenvolvemos como empreendedores. Trafegar pelos caminhos muitas vezes tortuosos do mercado exige sabedoria e abertura para novas ideias e possibilidades. É no verdadeiro estado de presença que podemos fazer as coisas acontecerem de maneira efetiva. 

Que possamos continuar dominando nossas decisões, pois são elas que nos conduzirão para o futuro, seja ele promissor ou não, dependendo de nossas habilidades, lembrando-nos de que boas decisões não são fruto do acaso, mas sim de preparo, consciência e intenção. E que só a presença desperta é capaz de libertar. Que esta liberdade nos encaminhe para o melhor de nossas vidas profissionais e pessoais. Nosso desejo de um 2025 abundante e bem sucedido para todos!

Fontes: metodologia proprietária Otimiza Consultoria, vivência nas organizações, fontes na internet e literatura de gestão empresarial diversas.

O(s) nome(s) mencionado(s) é (são) fictício(s), utilizado(s) com o propósito de preservar a identidade do(s) envolvido(s) e a(s) narrativa(s) em promover a reflexão e o conhecimento sobre a ciência da administração empresarias.